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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Vento Norte no meu quintal



Filmei ontem da janela do meu apartamento da Casa do Estudante, no campus da UFSM. As rajadas de vento chegaram a 107,8 km/h, e a temperatura foi até 30,2ºC.(fonte Grupo RBS)


esta é a vista da minha janela

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Meus trabalhos em cerâmica

No semestre passado fiz uma disciplina de apoio no ateliê Cerâmica I, com a professora Viviane Diehl. Foi minha primeira experiência com argila de cerâmica, diferente do barro de olaria que a gente usa no ateliê de Escultura. Ah, a textura dessa argila é uma delícia.. macia, parece massinha de modelar. A diferença básica é que ela tem mais material orgânico, que dá mais "liga", tornando-a mais plástica.

Mas apesar da argila excelente, o primeiro contato foi meio decepcionante porque era preciso fazer placas de argila, pratos.. e eu queria amassar! Ah.. Mas depois passou e eu pude fazer tuuudo o que queria, inclusive o que não queria, e o que parecia que não ia dar certo de jeito nenhum! 
Comecei então a modelar corpo femininos (que dúvida), em poses simples, atitude despreocupada, e nuas. As imagens vinham de memória. E resolvi modelar esculturas pequenas, o que facilita muitas coisas. Como a argila de cerâmica é mais delicada, também é mais difícil fazer trabalhos grandes, porque a massa deve estar sempre bem homogênea, sem bolhas de ar... E mesmo fazendo peças pequenas, umas não deram certo e acabaram estourando na queima.

Enfim, as primeiras modelagens foram saindo bem realistas, numa fiz até os dedinhos das mãos e dos pés, mas não estava gostando... Com a cerâmica dá pra fazer detalhes naturalistas, mas pode acabar evidenciando os erros. Ou seja, mostrar "mal mostrado" o que poderia ter sido insinuado. Foi aí que descobri (e aceitei) que o meu modelado tem características mais rudes e expressivas (nem sei se seriam bem esses termos... ). Bom, parei de "alisar" muito as peças e comecei a exercitar o desapego, deixando as esculturas meio "inacabadas". Na verdade estão acabadas, porque o que eu queria dizer da pose, da sensação, já está dito! Mas foi preciso ouvir isso da professora pra me dar conta. Depois foi só modelar, modelar!

peças de argila úmida
depois da queima


Essas primeiras esculturas do semestre eu utilizei no projeto Esculturas Itinerantes, que foi uma proposta da disciplina. Explicando rapidamente: neste projeto eu mandei as esculturas para algumas pessoas, que fizeram registros (foto, desenho) e me mandaram para que fossem publicados e estão no blog esculturasitinerantes.blogspot.com . A idéia é que esses trabalhos continuem circulando de forma nômade e aleatória, e eu vou recebendo e publicando registros de seus paradeiros! 

Depois de me desfazer desses trabalhos era preciso acelerar a produção pra entrar em avaliação... Resolvi trabalhar com o mesmo tema que estava pesquisando no ateliê de Escultura: o movimento das bailarinas. Lá, estava usando papel machê, o que me permitia fazer um corpo em grande movimento sobre uma pequena base - a ponta do pé. Com argila é impossível fazer isso, então busquei imagens de bailarias/ginastas que transmitissem leveza e movimento mesmo paradas, sentadas ou deitadas. Em algumas, alonguei os membros e o torso, na tentativa de evidenciar o movimento. 

Para sustentar a argila na pose que eu tinha modelado, foi preciso usar escoras em algumas esculturas. O que se tornou um desafio, porque foi difícil sustentar os braços e pernas ainda úmidos e moles... Usei canutilhos de papel. Quando caía, quebrava.e se a argila está mais seca já não dá pra consertar. A mesma característica dessa argila que a faz ser mais plástica - tornando possível os modelados que eu fiz bem alongados sem quebrar - também a faz mais sensível, inclusive na secagem e na queima. Foi preciso enrolar com plástico as extremidades mais finas, para que não secassem mais rápido que o resto podendo provocar uma rachadura ou quebra. Depois de bem secas elas passam por uma pré-queima no forno, a 150ºC, para retirar toda a umidade. Aí sim elas vão a cerca de 800ºC. 



        



No fim contas, entre peças inteiras, despedaçadas ou pela metade, acho que saí com saldo positivo! Porque mesmo algumas que quebraram ficaram mais charmosas assim!

Na 2ª metade do semestre eu já estava começando a “engordar” a figura das bailarinas de papel, então pensei em fazer em cerâmica também. Depois fiz a pátina com engobe (tipo de argila colorida), só depois vai à queima. 









Essas foram com modelo.




E estes uma tentativa de interpretação. Acabamento de vidrado.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Meu processo de modelagem e outros trabalhos de 2010

Ano passado eu estava preocupada basicamente em encontrar minha técnica de modelagem do corpo feminino em argila, usando como modelo imagens do meu próprio corpo. Não são exatamente auto-retratos, mas sim estudos do corpo como presença volumétrica e espacial - em termos de escultóricos. 

Escolhi estudar o meu próprio corpo por uma razão óbvia: facilidade de acesso! Não me incomodo com nú, e pude contar com a ajuda imprescindível do fotógrafo sob pressão Bruno Fernandes (meu namorado). 

Neste trabalho fiz uma espécie de "livre adaptação" de mim mesma. Não queria que se parecesse comigo, então me senti livre para exagerar e mudar características do corpo. O problema é que - considerando meu nível técnico - mesmo não querendo que se pareça comigo, em alguns momentos a "memória tátil" se faz mais forte. Quando encontro um problema de proporção/naturalismo, é essa memória tátil que entra em ação durante o ato de modelar, como uma solução, podendo deixar a peça parecida comigo.






            
Uma das imagens que utilizei como modelo para a escultura acima, rendeu também trabalhos de serigrafia em tecido e uma xilogravura.


 


Na peça abaixo, queria estudar a figura em pé, sem escoras - a estrutura é o próprio corpo. Sempre evito escoras ou volumes auxiliares para sustentar a pose. Penso nisso quando estou posando: de que forma posso distribuir o peso do meu corpo e tornar possível uma escultura "auto-sustentável" dessa pose? Para isso foi necessário um eixo central (bastão de ferro), que permitisse a modelagem vertical. Dá pra notar que eu tentei mudar o rosto, e o corpo ficou mais “idealizado” que o natural.


  

 


Uma foto dessa escultura rendeu também uma xilogravura.


Na escultura abaixo eu decidi tentar reproduzir os volumes do meu corpo o mais fielmente possível. Primeiro eu tentei fazer em escala maior que a natural - grande mesmo - mas as difícildades que apareciam se mostravam igualmente enormes... Então decidi diminuir a escala, para facilitar os consertos e soluções. Funcionou! Num tamanho menor, fica bem mais fácil e rápido consertar o erros. Demorei um tempo nessa peça, acho que mais de 1 mês, mas valeu a pena porque gostei do resultado.